segunda-feira, 27 de julho de 2009

Crescer dói



Diferente do que esperava e do que todos falam, fazer dezoito anos é um bocado chato. No meu último aniversário, cansei de ouvir que eu finalmente poderia entrar com a minha própria identidade em boates. Uau! Existe coisa melhor?

Bom, para aqueles que são ratos de baroneti, pode ser que não exista. Mas para mim, que posso contar nos dedos as vezes em que entrei em boates, simplesmente por "não ser a minha praia", pouco me importa ter uma carteira de identidade capaz de mostrar que sou maior de idade.

Essa carteira, para mim, representou a hora de chegar a tal da maturidade, da resposabilidade. Estou entrando no mundo adulto, vendo que as minhas escolhas podem ser falhas, às vezes, mas não é batendo pezinho ou chorando que vou consertá-las. Aliás, elas não serão consertadas, já foram feitas, não há jeito. Resta-me, então, a oportunidade de aprender com isso. Tentar não repetir o que pode me causar sensações desagradáveis.
E é aí que está o problema. Muitas vezes parece que me encontro míope, não consigo enxergar à distância, e assim acabo tomando decisões precipitadas, sem pensar, que são confortáveis a priori, mas a posteriori tornam-se arrependimentos. Saber disso me faz querer voltar àquele tempo em que eu não precisava me preocupar com tais coisas.

Sempre digo que quando diagnosticamos o que temos, já temos meio caminho andado. Acontece que na prática nunca é tão simples. Quando o diagnóstico é infeliz, a outra metade do caminho pode ser muito mais complicada, aumentando a chance de se perder.

É o que acontece comigo. Diagnostiquei a famosa síndrome do Peter Pan em mim, e para tratá-la devo adquirir foco, determinação e força, mas muita força.

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